quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Orientações nutricionais na Gastrite


A gastrite é uma inflamação na mucosa gástrica (parede do estômago) que pode ser classificada de dois tipos, crônica e a aguda. Esse mal vem acometendo várias pessoas em diversos perfis e idades, sendo diagnosticada ou não.
A forma aguda aparece repentinamente, causando o aparecimento de sintomas como náuseas e vômitos, permanecendo por cerca de dois ou três dias, podendo ser desencadeada por anti-inflamatórios, remédios à base de ácido acetilsalicílico, estresse e ingestão de álcool.

Já a gastrite crônica é causada pela bactérias Helicobacter pylori  (também conhecido como H. pylori) em 95% dos casos e é de longo prazo, porém não apresenta sintomas. Hoje, infecções causados pelo H. pylori, é considerada a segunda mais prevalente do homem, estando intimamente associada a um diverso espectro de desordens clínicas gastrintestinais. A transmissão da bactéria é feita geralmente pela água ou então por alimentos contaminados pela bactéria. Ou então, há casos onde a pessoa já nasce com a bactéria, mas não desenvolve nenhum problema de gastrite. A única maneira para identificar é através do exame feito por endoscopia ou biópsia.

Além da gastrite diagnosticada, existe a Subclínica, que está presente no dia a dia do indivíduo, que vai “levando” este incômodo estomacal a base de remédios popularmente conhecidos. Contudo, não é certo ingerir qualquer tipo de medicamento sem conhecimento médico. O uso contínuo de antiácidos mascara os sintomas da gastrite e desconfortos gástricos, lesionando aos poucos a mucosa estomacal, podendo ocasionar algo mais severo de médio a longo prazo. Além de que, a absorção de alguns nutrientes é prejudicada.
Gastrite nervosa é quando a pessoa sente dores e depois de feitos todos os exames não é encontrado nada e está relacionada com a dispepsia funcional (distúrbio no aparelho digestivo, dificultando a digestão dos alimentos) e o refluxo (retorno do ácido gástrico do estômago para o esôfago), ocorrendo defeito na válvula que tem a função de controlar a passagem do alimentos de um órgão para o outro, causando assim muita azia e queimação no estômago que, em ambos os casos, podem surgir por diversas situações estressantes do nosso dia a dia.
Crises ocorrem muito frequentemente após ingestão de alimentos específicos para os quais o indivíduo já tem sensibilidade aumentada, comer muito rapidamente, além do excesso de álcool e tabaco.
O que mudar na prática?
De maneira geral, a dieta segue o mesmo padrão: o fracionamento de cinco a seis refeições diárias e devem ser evitados os alimentos irritantes e estimulantes de secreção gástrica. Na gastrite aguda, a dietoterapia consiste na recuperação da mucosa gástrica. Já na gastrite crônica, a dietoterapia consiste em evitar o avanço das lesões e proteger a mucosa gástrica.
Independente do tipo, a alimentação deve ser feita em ambientes calmos e a mastigação lenta, para facilitar a digestão. O consumo de algumas frutas é recomendado, pois são de fácil digestão, ricas em fibras alimentares, ajudam a manter a hidratação e fornecem vitaminas importantes para manutenção da saúde do indivíduo.
Os alimentos devem ser mais abrandados, ou seja, bem cozidos e ingeridos em temperatura morna para que proporcionem uma digestão mais facilitada e recuperação da mucosa gástrica.
Há estudos que indicam o consumo de ovo, brócolis, cenoura, água de coco para quem tem gastrite, pois inibem a infecção causada pela bactéria H. pylori, devido ao potencial efeito bactericida das substâncias encontradas nesses alimentos. Já a indicação do iogurte é pela facilidade de digestão e absorção.
Alimentos a serem evitados
Todos os alimentos que possam causar desconforto gástrico e assim retirá-los da alimentação, entre eles destacam-se:
• Condimentos (pimenta-do-reino e a vermelha);
• Álcool e refrigerantes;
• Feijão e outras leguminosas;
• Alimentos estimulantes, como café, chá mate, chá preto, chocolate;


• Temperos industrializados, como caldo de carne, maionese, molho tártaro, extrato ou molho de tomate, molho de soja (shoyo), molho inglês, molho de salada;
• Frutas ácidas como laranja (a lima é a mais indicada por ser menos ácida), limão, damasco, cereja, morango, kiwi, pêssego e tomate;
• Linguiça, salsicha , patês, salame, mortadela, presunto, bacon, carne de porco, carnes gordas, alimentos enlatados e em conserva;
• Alimentos gordurosos em geral;
• Doces concentrados (goiabada, marmelada, doce de leite, cocada, pé-de-moleque, geléia, compotas)
• Goma de mascar.
Alimentos que contribuem para um bom controle na gastrite
• Água, chá de frutas e ervas;
• Suco de frutas diluído;
• Frutas não ácidas, gelatina, mingaus;
• Leite e iogurte desnatado ou light;
• Queijos brancos e ricotas;
  Carnes magras desfiadas, picadas, moídas, ensopadas, cozidas, assadas, grelhadas e de preferência brancas (peixe, frango, perú);
  Purês, batata, mandioquinha, suflês, vegetais cozidos;
• Pães, biscoitos maisena e água e sal
• Geleias, mel, margarina light em quantidade moderada;
• Ovos cozidos ou poché
  Sopas de vegetais e carne.
Lembrando que o leite não deve ser consumido em momentos de crise, pois produz uma falsa sensação de alívio imediato, contudo é acompanhado de “efeito rebote” que aumenta a secreção gástrica para sua digestão. Mesmo fora das crises, não deve ser ingerido isoladamente.

Dra: Cristiane Schmitz
Nutricionista CRN 10 3403




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